PÓLIS E FILOSOFIA - A PASSAGEM DO MITO AO PENSAMENTO RACIONAL
Na história do pensamento ocidental, a filosofia nasceu na Grécia entre os séculos VII e VI a. C., promovendo a passagem do saber mítico (alegórico) ao pensamento racional (logos). Essa passagem ocorreu durante longo processo histórico, sem um rompimento brusco e imediato com as formas de conhecimento utilizadas no passado.
Durante muito tempo os primeiros filósofos gregos compartilharam de crenças míticas, enquanto desenvolviam o conhecimento racional que caracterizaria a filosofia.
"O mito se opõe ao logos como a fantasia à razão, como a palavra que narra à palavra que demonstra. Logos e mito são as duas metades da linguagem, duas funções igualmente fundamentais da vida do espírito. O logos, sendo uma argumentação pretende convencer. O logos é verdadeiro, no caso de ser justo e conforme à lógica, é falso quando dissimula alguma burla secreta. Mas o mito tem por finalidade apenas a si mesmo. O mito, assim, atrai em torno de si toda parcela do irracional existente no pensamento humano.."
A força da mensagem dos mitos reside, portanto, na capacidade que eles têm de sensibilizar estruturas profundas, inconscientes, do psiquismo humano.
MITOLOGIA GREGA
Os gregos cultuavam uma série de deuses (Zeus, Hera, Ares, Atena, etc) além de heróis ou semi-deuses (Teseu, Hércules, Perseu, etc). Relatando a vida desses deuses e heróis e seu envolvimento com os humanos, criaram uma rica mitologia, isto é, um conjunto de lendas e crenças que, de modo simbólico, fornecem explicações para a realidade universal.
A mitologia grega é formada por grande número de "relatos maravilhosos" ou lendas que inspiram e ainda inspiram diversas obras artísticas ocidentais.
PÓLIS E RAZÃO
O momento histórico da Grécia Antiga em que se afirma a utilização do logos (a razão) para resolver os problemas da vida estaria vinculado ao surgimento da pólis, cidade-estado grega.
A pólis foi uma nova forma de organização social e política, desenvolvida entre os séculos VIII e VI a. C, na qual os cidadãos passaram a dirigir os destinos da cidade. Entendida como criação dos próprios cidadãos, e não dos deuses, a pólis podia ser explicada e organizada de forma racional, isto é, de acordo com a razão.
DEBATE EM PRAÇA PÚBLICA
Uma das características das cidades-Estado gregas - especialmente Atenas - era a prática constante da discussão política em praça pública pelos cidadãos. Isso contribui para que o raciocínio bem formulado e convincente se tornasse, com o tempo, o modo adotado para refletir sobre todas as coisas, não só as questões políticas. Por isso, a razão grega é filha da pólis.
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