Continuidade do tema: Liberdade, libertarismo, determinismo e dialética...
OBRA:
A “Crítica da Razão Pura” é o livro em que Kant separa os domínios da ciência e da ação. O conhecimento se constrói a partir do fenômeno que alia a intuição sensível ao conceito do intelecto. Assim, são as categorias lógicas que constituem objetos, permitindo que possam ser conhecidos de forma universal e necessária.
No entanto, Kant distingue conceitos de ideias. Estas são, por excelência, objeto da Razão Pura, já que não podem ser conhecidas (não há fenômenos das ideias). A Razão é a faculdade do incondicionado e seu limite para conhecer é o fenômeno. Logo, sem função na área do conhecimento, a Razão pensa objetos, ainda que não possam ser conhecidos. Para Kant, a Razão não constitui objetos, mas tem uma função reguladora das ações humanas. As principais ideias listadas por Kant são as de Deus, de Alma e de Mundo como totalidade metafísica, isto é, como um todo. Analisemos cada uma delas.
A ideia Cosmológica ou de Mundo como totalidade guia nosso pensamento na expectativa de que o mundo seja um todo. Lembremos que Kant situa-se no século XVIII, não tendo informações como nós hoje. Mesmo assim, pela estrutura do aparelho representacional (o ânimo), nenhum homem pode conhecer ou experimentar a totalidade do mundo, apenas partes. Mas concebemos o mundo como um todo, acreditamos nisso e isso guia nossas ações.
A ideia psicológica ou de Alma vem da tradição que acredita que somos seres não somente materiais, mas dotados de uma entidade metafísica, a alma, pertencente ao reino dos fins e não das coisas. A alma não pode ser conhecida (pois não se tem fenômeno), mas as aflições, angústias, as escolhas, enfim, o drama humano, fazem crer que há uma alma e que é nela que devemos buscar princípios que forneçam leis para regular as ações entre os homens. O homem é livre, por isso não pode ser conhecido (tal como o modelo hipotético-dedutivo), mas somente apreciado em suas ações exteriorizadas. Portanto, o estudo da alma diz respeito à Ética e não à psicologia, pois esta é impossível, segundo Kant.
Do mesmo modo, a ideia Teológica ou de Deus, tradicionalmente em debate, não é objeto de conhecimento humano. Deus não é fenômeno, não é objeto de ciência, mas sim de crença. E a crença, isto é, aquilo que é verdade para alguém, depende da autoridade transmitida ou revelada. Deus não pode ser conhecido, mas norteia as ações e condutas humanas.
PARA ACOMPANHAR ESSA REFLEXÃO, VEJA A VÍDEO AULA ABAIXO:
RECADO:
Nesta aula não teremos atividades! Leiam e vejam a vídeo aula para acompanhar o desenvolvimento das próximas aulas.
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