"Se os preconceitos nascem na cabeça humana, é aí que temos que combatê-lo".
DESIGUALDADES SOCIAIS E PRECONCEITO: E A EDUCAÇÃO COM ISSO?
Objetivos: Nesta aula iremos conhecer um pouco da história da noção de educação ao longo do tempo, bem como adentrar no papel da filosofia na aprendizagem. Reflita sobre a frase acima. O que você entendeu dela? Deixe seu comentário!
Ao longo da História, houve muitos diferentes entendimentos e concepções sobre o que seriam educação e suas funções.
- PANDEIA: termo de origem grega que classificava a noção de educação na sociedade grega clássica. Deriva de PAIDOS (CRIANÇA) e referia-se à educação familiar, que ensinava modos e valores morais.
- ARETÉ: do grego "excelência", consistia em um conjunto de qualidades físicas, morais, espirituais, tais como força, persuasão e destreza.
- Durante a Idade Média, muitas escolas se localizavam em mosteiros ou paróquias. A Igreja tinha um grande poder através do conhecimento que desenvolvia em suas escolas e mosteiros. Desde a antiguidade até este período da Idade Média, os religiosos em sua maioria sabiam ler e escrever.
- Os responsáveis pelas aulas eram os clérigos, padres e atuavam como professores e ensinavam também as sagradas escrituras.
Uma das questões fundamentais aos processos pedagógicos é a maneira como aprendemos. Diversos filósofos, ao longo do tempo, abordaram essas questões e estudá-los nos ajuda a compreender melhor os desafios envolvidos na aprendizagem.
Platão, por exemplo, considerava que todos nós já nascemos dotados de conhecimento: apenas teríamos nos afastado dele. É importante ter em mente que, para esse filósofo o mundo das ideias seria perfeito e o mundo material seria uma cópia ilusória do primeiro. As almas participariam do mundo das ideias, acessando o conhecimento e a verdade. Ao encarnarem em um corpo material, no entanto, se esqueceriam das ideias. O papel do(a) professor(a), nesse sentido, seria estimular o(a) estudante a se lembrar daquilo que ele(a) havia esquecido, possibilitar seu reencontro com o conhecimento.
Essa concepção – o aprender como rememorar – constituiu uma tradição sólida que, até os dias de hoje, ocupa um papel de destaque nas atividades educativas. Ela se expressa nas perspectivas que entendem o estudo como a busca da verdade e que associam a aprendizagem à rememoração.
Embora a tradição platônica seja uma das bases da educação ocidental, é importante reconhecer que a filosofia vem apresentando novas contribuições para entendermos os processos de ensino-aprendizagem. Podemos citar, por exemplo, as reflexões do filósofo francês Gilles Deleuze. Deleuze destacava a impossibilidade de controlar a aprendizagem, afirmando que esta não se configuraria como absorção de conteúdos objetivos, mas sim como um processo em que dedicamos tempo e que não sabemos no que resultará.
Assim, segundo Deleuze, a aprendizagem seria um processo em aberto. Nunca sabemos onde iremos chegar. Sabemos, no entanto, que para aprender é preciso pensar, e que pensamos quando nos deparamos com problemas, questões que precisam ser resolvidas. As novas contribuições da filosofia apontam, portanto, para a ideia de que aprender não é rememorar, mas sim criar algo novo, elaborar uma solução frente à realidade em que vivemos. Ao professor não caberia fornecer modelos a serem copiados pelo(a) aluno(a), mas sim auxiliá-lo(a) na produção do conhecimento. Fundamentalmente, o papel do professor seria estimular o pensamento.
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