AULA DE RECUPERAÇÃO - A HISTÓRIA DOS DIREITOS
- DIREITOS
POLÍTICOS, CIVIS E SOCIAIS
Os Direitos civis,
políticos e sociais não nasceram todos juntos, mas são fruto de contextos
históricos diferentes e foram sendo desenvolvidos conforme a experiência humana
em sociedade. Veja abaixo:
T.H. Marshall, importante sociólogo britânico do século XX, escreveu o
livro fundamental sobre a relação entre direitos e cidadania – Cidadania,
classe social e status (Rio de Janeiro, Ed. Zahar: 1967). Segundo ele, a
cidadania começou a ser discutida e implementada no século XVII, inicialmente
com a formulação dos direitos civis (direito de ir e vir, liberdade
religiosa, direito à justiça, direito à propriedade, liberdade de pensamento,
entre outros). Apenas mais tarde, com a instauração do modelo de Estado
democrático representativo, os direitos políticos foram formulados,
para que os cidadãos pudessem eleger seus representantes políticos e eles
próprios pudessem ser também eleitos (embora apenas no século XX esses direitos
fossem incorporados às mulheres).
Os direitos
sociais, também institucionalizados durante as primeiras décadas do século XX
na Europa e nas Américas, previram assistência à saúde, ao transporte, à
habitação, à educação e ao lazer a todos os cidadãos. É necessário mencionar
que esta pequena história dos direitos refere-se, sobretudo, ao mundo
ocidental, e nem sempre todos os direitos foram universalmente garantidos
pelos Estados
nacionais.
- DIREITOS DAS
MINORIAS - SÉCULO XX.
A partir da segunda metade do século XX, uma série de movimentos
sociais passou a reivindicar os direitos das chamadas “minorias”, ou seja, de
grupos que supostamente foram marginalizados durante o processo de implantação
dos direitos humanos universais – ou que simplesmente não tiveram suas questões
devidamente incorporadas pelo avanço do capitalismo: negros, homossexuais,
mulheres, índios, a questão ambiental, o oriente, entre outros. De acordo com o
pensador mexicano Octavio Paz, tais grupos buscavam “falar em nome próprio” ao
poder contar eles mesmos a sua história, ao invés de serem representados por
outros.
Na década de 1990, os movimentos sociais camponeses e as ONGs tiveram
destaque, ao lado de outros sujeitos coletivos. Na sociedade brasileira, a
ação dos movimentos sociais vem construindo lentamente um conjunto de
práticas democráticas no interior das escolas, das comunidades, dos grupos
organizados e na interface da sociedade civil com o Estado. O diálogo, o
confronto e o conflito têm sido os motores no processo de construção
democrática.
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