IMPÉRIO BIZANTINO
A cidade de Constantinopla, antes denominada Nova Roma, foi fundada por Constantino no ano de 330, no local onde existia a colônia grega de Bizâncio (hoje Istambul), na região entre a Europa e a Ásia, na passagem do mar Egeu para o mar Negro.
Protegida por muralhas e cercada de água por três lados, a península sobreviveu às invasões bárbaras em toda a Idade Média.
O principal imperador bizantino foi Justiniano (527-565), em seu governo o Império Bizantino atingiu o máximo esplendor.
Enquanto no Ocidente, durante a Alta Idade Média, o Império Romano era devastado pelas invasões de diversos povos, Justiniano conseguia manter a unidade do Império Romano do Oriente, que compreendia a península Balcânica, a Ásia Menor, a Síria, a Palestina, o norte da Mesopotâmia e o nordeste da Ásia.
Foi também o responsável pela temporária reconquista de grande parte do Império Romano do Ocidente, incluindo a cidade de Roma.
O Governo de Justiniano
Filho de camponeses, Justiniano chegou ao trono em 527. Sua mulher, Teodora, exerceu decisiva influência sobre a administração do Império, determinando muitas decisões tomadas por Justiniano.
No poder, Justiniano procurou organizar as leis do Império. Encarregou uma comissão de juristas de elaborar o Digesto, uma espécie de manual de Direito destinado aos estudantes, que foi publicado em 533.
Nesse mesmo ano foram publicadas as Institutas, com os princípios fundamentais do Direito Romano e no ano seguinte concluiu o Código de Justiniano.
As três obras de Justiniano – que, na verdade, eram uma compilação das leis romanas desde a República até o Império Romano, foram depois reunidas numa única obra o Codex Justinianus, depois chamado de Corpus Juris Civilis (Corpo de Direito Civil).
Economia, Religião e Cultura Bizantina
Situada numa posição privilegiada, Constantinopla era ponto de passagem para os comerciantes que circulavam entre o Oriente e o Ocidente. A cidade possuía diversas manufaturas, como as de seda e um comércio desenvolvido.
Justiniano procurou usar a religião para unir o mundo oriental e ocidental. Procedeu à construção da catedral de Santa Sofia (532 a 537), monumento arquitetônico no estilo bizantino, voltada para a expressão da fé cristã, com sua enorme cúpula central, apoiada em colunas que terminam em capiteis ricamente trabalhados.
Quando os turcos tomaram Constantinopla, em 1453, foram acrescentados a ela os quatro mirantes que caracterizam os templos islâmicos.
O cristianismo predominou no Império Bizantino, embora tenha se desenvolvido de forma peculiar. O Imperador passou a ser considerado o principal chefe da Igreja. Desprezavam as imagens, podiam adorar apenas Deus, cuja imagem também não podia ser reproduzida.
As imagens eram denominadas ícones, levando os bizantinos a um movimento de destruição conhecido como Iconoclastia. Questionando os dogmas cristãos pregados pelo clero que seguia o papa de Roma, deram origem a algumas heresias - correntes doutrinárias discordantes da interpretação cristã tradicional.
As diferenças entre Oriente e Ocidente, e as disputas pelo poder entre o papa e o Imperador culminaram na divisão da Igreja, em 1054, criando uma cristandade ocidental, chefiada pelo papa e uma oriental, chefiada pelo imperador. Esse fato recebeu o nome de Cisma do Oriente.
A cultura bizantina apesar de refletir profundas influências romanas, sofreram claras influências da Cultura Helenística (grega). Adotaram o grego como idioma oficial, no século III, mantiveram constantes relações com os povos asiáticos, além de vivenciarem a invasão persa e o posterior assédio árabe. A arte combinava o luxo e a exuberância do Oriente.
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