quinta-feira, 5 de novembro de 2020

História - Prof° Arielle


MUNDOS DO TRABALHO – A DIFERENÇA ENTRE SERVOS E ESCRAVOS

Ao falar sobre a situação do servo medieval, observamos que muitos alunos fazem uma pequena confusão com o significado dessa figura no mundo feudal. Conhecendo as várias obrigações e tributos que estava sujeito, é comum chegar à conclusão que o servo era a mesma coisa de um escravo. Apesar da lógica, essa equiparação de conceitos está bem distante do significado que um escravo e um servo possuíam.

Ou AINDA, quando falamos de escravos logo os alunos se lembram da escravidão no Brasil. Entretanto, existiam escravos na Idade Antiga. Para resolver essa confusão, vamos observar os seguintes documentos abaixo (1 e 2):


1. DOCUMENTO 1 - TRECHO DE UM FILÓSOFO GREGO - IDADE ANTIGA: 

“Os instrumentos são de vários tipos: alguns são vivos, outros inanimados; (...) Assim, qualquer parte da propriedade pode ser considerada um instrumento destinado a tornar o homem capaz de viver; e sua propriedade é a reunião desse tipo de instrumentos, incluindo os escravos; e um escravo, sendo uma criatura viva (...) é uma ferramenta equivalente às outras. Ele é em si uma ferramenta para manejar ferramentas.”

COMENTÁRIO DO TRECHO 1: 

Nesse primeiro trecho é possível notar que o filósofo grego equipara o escravo a um instrumento, uma mercadoria necessária à sobrevivência do indivíduo. Por meio dessa noção, vemos que os escravos eram rebaixados à condição de objeto necessário à vida. Da mesma forma que hoje precisamos de um veículo ou de uma casa para viver, os gregos acreditavam que os escravos eram somente mais uma dessas “coisas” necessárias à existência.


1. DOCUMENTO 2 - Bispo Eadmer de Canterbury. Por volta do século XI, esse membro da Igreja fez a seguinte consideração sobre a sociedade de sua época: 

 “[Deus] fez ordens, que instituiu em vista das diversas missões a realizar neste mundo. Instituiu uns os clérigos e monges para que rezassem pelos outros (...). Instituiu os camponeses para que eles com o seu trabalho, assegurassem a sua própria subsistência e a dos outros. A outros, por fim, os guerreiros, instituiu-os para que defendessem dos inimigos, os que oram e os que cultivam a terra.”

COMENTÁRIO DO TRECHO 2:

Nesse segundo trecho, observamos que os servos medievais são considerados aqui como partes integrantes de um complexo organismo social. Mesmo sendo submetidos a uma dura rotina de trabalho, não podem ser simplesmente equiparados aos escravos por não serem vistos ou tratados como uma simples mercadoria. Com isso, fica clara a distinção existente sobre o lugar socialmente ocupado por essas duas figuras que povoaram os mundos antigo e medieval.


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