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GLOBALIZAÇÃO E REGIONALIZAÇÃO Espaço Geográfico é o espaço habitado, transformado e utilizado pelo ser humano. É a porção da superfície terrestre que abriga as sociedades, envolvendo também os pontos utilizados para a exploração e extração de recursos naturais. Não se trata apenas de um “palco” ou um “produto”, pois ele é resultado e também resultante das ações humanas.
Além do próprio ser humano, compõem o espaço geográfico todas as suas obras e os meios naturais que interferem em suas atividades, como as cidades, as plantações e o meio rural, as indústrias, os objetos, os rios, os climas etc.
A produção do espaço geográfico – ou seja, o processo pelo qual o homem transforma e habita o meio em que vive – depende da natureza. A partir da exploração e extração dos recursos naturais, o ser humano desenvolve as suas atividades para a sua reprodução e sobrevivência.
Essa transformação aconteceu desde o surgimento do ser humano. Sociedades antigas ou agrupamentos tribais utilizaram-se dos recursos naturais para o desenvolvimento de sua vida em sociedade, transformando o espaço natural em geográfico. Assim, surgiram as primeiras civilizações. Até mesmo os povos nômades utilizavam e transformavam a natureza, produzindo o espaço geográfico.
Com o passar do tempo, o processo de transformação e produção do espaço foi se intensificando graças ao aprimoramento das técnicas, que permitiram que o homem melhorasse sua capacidade de desenvolvimento. Isso acontece desde os tempos pré-históricos, quando o homem aprendeu a produzir ferramentas e estratégias de cultivo que auxiliassem na produção e extração de alimentos.
Categorias de análise do espaço geográfico
Para o estudo do espaço geográfico, os geógrafos se utilizam de quatro categorias analíticas principais, além da própria concepção de espaço, a saber: território, paisagem, lugar e região.
Território: de forma simplista, o território pode ser definido como um espaço delimitado, de forma que essa delimitação obedeça a uma relação de posse ou de poder. Podem existir várias formas de território, como o território animal, o território político (as cidades, os países, os blocos econômicos), o território cultural (o das prostitutas ou de um grupo religioso), dentre outros.
Paisagem: é o espaço da superfície que podemos captar através dos nossos sentidos. É tudo aquilo que se manifesta diante de nós, aquilo que podemos ver, ouvir, sentir, tocar e cheirar.
Lugar: é um local tal qual o homem o percebe, é o espaço percebido. É aquele ponto ou área do espaço que o homem identifica e atribui sensações e predicados, sejam eles afetivos ou não.
Região: é um dos conceitos mais complexos da Geografia e possui várias definições. Pode-se dizer que região é uma área ou porção do espaço dividido conceitualmente pelo homem conforme suas características (clima, economia, relevo, política, entre outros). As regiões não existem na natureza, pois se tratam de uma construção intelectual humana. Assim, o homem pode elaborar diferentes regiões conforme os seus interesses, seja para planejar ações, seja para realizar estudos.
Exemplos: as regiões brasileiras segundo o IBGE, as regiões socioeconômicas do país, as regiões naturais do mundo, as regiões metropolitanas, dentre outras.
O espaço geográfico corresponde ao espaço construído pelas atividades humanas e pelas sociedades, sendo por elas explorado e correntemente transformado. Ele difere-se do meio natural por ser o local onde imediatamente se observa a atuação do ser humano sobre o meio, com a geração de seus respectivos impactos. Trata-se, contudo, de um conceito que possui várias definições e abordagens.
De maneira geral, é correto dizer que há uma produção do espaço geográfico, ou seja, ele é resultante das atividades sociais nas esferas econômica, cultural, educacional e outras. Por esse motivo, compreendê-lo é também uma forma de entender o próprio ser humano e a estrutura das sociedades.
Há que se dizer que, além de produzido, o espaço geográfico é propriamente concebido. Isso que dizer que, além de resultado das práticas e intervenções humanas sobre o meio, ele é fruto da forma com que as pessoas enxergam a realidade. Nesse sentido, o espaço também interfere nas diferentes maneiras com que podemos apreender a realidade e a ela dar significado, ganhando, nesse sentido, uma substância, em termos de conteúdo, que lhe dá uma dinâmica própria.
É nesse sentido que surge o conceito de lugar, que nada mais é do que o espaço percebido e também aqueles locais sobre os quais os sujeitos adquirem afeição e familiaridade. Aquele ponto turístico preferido, a rua da sua casa ou até a fazenda para onde uma pessoa qualquer costuma viajar são exemplos de lugar, que ganha, portanto, um aspecto subjetivo e individual. Nesse contexto, a Geografia também é a ciência dos lugares.
Desde os primórdios da humanidade, antes mesmo da invenção da escrita, os seres humanos atuam no processo de modificação da natureza. Com o tempo, essa prática foi se tornando cada vez mais comum e culminou no desenvolvimento das civilizações, todas elas dotadas de seus espaços, sem os quais não seria possível ter referências sobre elas. Assim sendo, esse espaço é parte constituinte da sociedade que o constrói e, de certa forma, reflexo dela, sendo o produto de suas visões de mundo, práticas sociais, religiões, culturas e, claro, de seu poder. Atualmente, podemos dizer que o nosso espaço atual é fruto não só da sociedade contemporânea, mas também um produto de seu passado.
O espaço geográfico, pois, carrega consigo elementos do passado e do presente, sendo o testemunho mais explícito das diferenças de valores culturais, arquitetônicos e morais dos diferentes períodos da história. Quando observamos um prédio antigo ou andamos por ruas centenárias, somos capazes de perceber, ao menos em partes, os valores de épocas anteriores.
É nesse sentido que podemos notar a dinâmica da paisagem, outro importante conceito atrelado à ideia de espaço geográfico. Ela não é só a aparência do meio em que vivemos, mas também um reflexo e um condicionante de suas formas e conteúdos. Por definição, podemos compreender a paisagem como tudo aquilo que podemos apreender por meio de nossos sentidos (visão, tato, olfato, paladar e audição), embora também existam as chamadas “paisagens ocultas”, aquelas que se escondem ou são ofuscadas pelas práticas sociais, seja por questões econômicas, seja por visões de preconceito, entre outros.
Além das paisagens, para melhor compreender o espaço geográfico, muitas vezes é preciso compreendê-lo em seus aspectos regionais. Para definir o que seria uma região, outro importante conceito, é necessária a adoção de um critério (natural, cultural, econômico, político, etc.) para estabelecer aquilo que chamamos de regionalização. Portanto, região é a porção do espaço dividida e observada a partir de um critério específico, elaborado conforme os nossos interesses e convicções, havendo, dessa forma, tantas regiões quanto critérios diferentes utilizados para elaborá-las.
Mas é importante também conceber que o espaço geográfico possui diferentes dinâmicas e relações, carregando consigo os valores morais da sociedade. Em muitos casos, relações de poder são estabelecidas e o espaço passa a ser apropriado, ou seja, controlado. Essa apropriação pode receber limites e fronteiras (a exemplo do território nacional), mas em outros casos não (como os territórios dos traficantes nas favelas, quando os limites não são muito precisos). Por isso, torna-se importante a compreensão do território, que é o espaço delimitado a partir das relações de poder, podendo se apresentar em várias escalas (do local ao global) e também em múltiplas formas (contínuo, em rede, etc.).
Portanto, podemos notar que o espaço é um elemento bastante complexo da realidade, tanto é que ele possui uma ciência específica que se preocupa em estudá-lo: a Geografia. Ela analisa-o como um fenômeno social, mas também se preocupa em estudar e compreender as paisagens naturais, haja vista que o seu substrato é de imediato interesse para a sociedade e suas atividades.
O encurtamento das distâncias dá-se através das inovações técnicas e científicas, onde fisicamente é possível locomover-se por longas distâncias em curtos períodos de tempo, o que se dá pelo uso de automóveis, trens e aviões.A evolução dos transportes tem sido tão rápida que quase podemos afirmar que o ser humano vence distâncias, dando-nos a a sensação de que a distância física diminuiu, "encolhendo" o Mundo.O meio técnico é basicamente um termo da geografia que descreve o processo de produção humana após o advento da Revolução Industrial, de modo que ele é fruto de inovações técnicas e científicas.O encurtamento das distâncias dá-se através das inovações técnicas e científicas, onde fisicamente é possível locomover-se por longas distâncias em curtos períodos de tempo, o que se dá pelo uso de automóveis, trens e aviões.O meio técnico é extremamente integrado, sendo que ele colabora para o processo de globalização e encurtamento das distâncias, que também se dá pelas tecnologias informacionais e de telecomunicações.
No mundo do século XXI, as distâncias estão cada vez menores. A velocidade com que pessoas/informações circulam fazem com que haja uma sensação de encurtamento das distâncias. Esse fenômeno é conhecido como globalização.A alguns anos atrás, viagens de uma cidade à outra, de um país ao outro duravam dias, semanas. Viagens continentais duravam meses. Transmitir uma notícia, era questão de dias.Hoje, em poucos horas, conseguimos atravessar o mundo, de um pólo ao outro. As informações são transmitidas instantaneamente.Assim, as distâncias estão cada vez menores e, em alguns casos, sequer existem nos dias de hoje.O que podemos afirmar acerca do Encurtamento Das Distâncias, é que:durante o século XXI, sabe-se que as distâncias estão cada vez menores considerando a velocidade com que pessoas e informações circulam.Com o advento das tecnologias de transporte, criação de carros mais velozes, melhoramento dos trens e metrôs, distâncias maiores tem sido alcançadas em intervalo de tempo mais curtos.A sensação de encurtamento das distânciastambém está relacionada a criação de novos métodos de comunicação, especialmente por meio da rede de microcomputadores.
Meio técnico-científico-informacional
Os seres humanos estão sempre utilizando o meio em que vivem, sobretudo os elementos disponíveis na natureza, seja no seu consumo direto, seja para a sua transformação em mercadorias ou produtos manufaturados. Para isso, ele utiliza as diferentes técnicas, que envolvem as formas e os instrumentos utilizados para melhor produzir e transformar o espaço geográfico.
Desse modo, se a utilização das técnicas é uma questão fundamental para a transformação do espaço, a forma como tais técnicas evoluem e modificam-se ao longo do tempo também produz consequências diretas nas estruturas espaciais que envolvem as sociedades. Por esse motivo, estabelece-se uma periodização do meio desde a sua gradativa transformação pelas atividades humanas, indo desde o meio natural, passando pelo meio técnico e finalmente alcançando o meio técnico-científico-informacional — classificação concebida pelo finado geógrafo brasileiro Milton Santos em várias de suas obras publicadas.
Meio natural
O meio natural seria o estágio inicial do processo de produção das atividades humanas. Nesse longo período que marcou o início e a formação das primeiras civilizações, bem como o avanço de todas as sociedades pré-industriais ou não industrializadas, as práticas sociais eram inteiramente dependentes do meio natural.
Nesse sentido, a interferência do ser humano sobre o ambiente era de pouco impacto, de forma que era mais a natureza que condicionava as práticas econômicas, e não o contrário. Dessa maneira, a capacidade de recomposição da natureza era maior, haja vista que a capacidade do homem de ocupar e promover alterações em um amplo espaço era relativamente limitada.
Mas isso não impediu que práticas importantes ainda hoje utilizadas fossem desenvolvidas. Assim, várias técnicas agrícolas e também pecuárias foram elaboradas, muitas delas ainda vistas como formas de preservar os solos, tais como o terraceamento. As técnicas da pecuária também passaram pelo mesmo ideário.
Meio técnico
Com o passar do tempo, as técnicas e os objetos técnicos foram sendo mais bem desenvolvidos à medida que o conhecimento humano expandia-se, o que propiciou a formação das bases que consolidaram a ascensão do meio técnico, cujo marco principal envolveu as duas primeiras revoluções industriais. Com isso, o espaço transformou-se em um espaço mecanizado, dotado de uma gama cada vez mais ampla de bens artificiais e mecanizados, em vez de simplesmente culturais.
Dessa forma, o ser humano ganhou uma renovada capacidade de enfrentar e, em alguns casos, de manter certo controle sobre as leis da natureza, com uma maior possibilidade de transformá-la em larga escala. Tal processo foi operacionalizado pelo emprego de instrumentos, estes, segundo Milton Santos, “já não são prolongamentos do seu corpo, mas que representam prolongamentos do território, verdadeiras próteses”.
Meio técnico-científico-informacional
Atualmente, diz-se que estamos vivenciando não mais um meio puramente mecanizado ou tecnicista, mas um meio também marcado pela maior presença das descobertas científicas e das tecnologias da informação, o meio técnico-científico-informacional. Ele representa, sobretudo, o período que se manifestou de maneira mais acabada a partir dos anos 1970 como consequência da Terceira Revolução Industrial, também conhecida como Revolução Técnico-Científica-Informacional.
O principal marco desse momento é a união entre ciência e técnica pautada sob os auspícios do mercado. Não que já não houvesse uma aproximação entre as produções científicas e as evoluções das técnicas, mas somente agora tal inserção encontra-se em um sentido de complementaridade, de extensão de uma em relação à outra. Nesse ínterim, todo objeto é técnico e informacional ao mesmo tempo, pois carrega em si uma ampla estrutura de informações.
Tal avanço permitiu a consolidação do processo de globalização, mais bem compreendido como uma mundialização da difusão de técnicas e objetos, parâmetro que possui a informação como a principal energia motora de seu funcionamento. Tal fator proporciona alterações não só do espaço geográfico em si, mas da forma como o percebemos e lidamos com ele.
O meio técnico-científico-informacional envolve a difusão de técnicas focadas na informação
Por fim, e não menos importante, é importante compreender que tais transformações não se manifestam pelo mundo de maneira homogênea, isto é, não se consolidaram em todas as partes do planeta de maneira igualitária. Aliás, o desenvolvimento das diferentes técnicas em um número restrito de localidades permitiu o avanço das desigualdades e a intensificação das relações de dependência política e econômica entre os diferentes espaços.
GLOBALIZAÇÃO E REGIONALIZAÇÃO
Globalização
globalização é um dos processos de aprofundamento da integração econômica, social, cultural, política, com o barateamento dos meios de transporte e comunicação dos países do mundo no final do século XX e início do século XXI. É um fenômeno observado na necessidade de formar uma Aldeia Global que permita maiores ganhos para os mercados internos já saturados.A Globalização é um processo de integração econômica, cultural, social e política. Esse fenômeno é gerado pela necessidade do capitalismo de conquistar novos mercados, principalmente se o mercado atual estiver saturado.
Regionalização
As Regiões Administrativas são autarquias de âmbito regional. São parte do Poder Local. São entidades intermédias, situadas entre o Poder Central e os municípios, eleitos pelas populações e destinadas a complementar a acção municipal. É assim que a Constituição da República as consagra e define estabelecendo que a organização autárquica no país é constituída pelas freguesias, municípios e regiões administrativas. É esta parcela das instituições locais cuja criação está em debate. Regionalizar significa dividir em regiões, de acordo com as semelhanças ou características que determinados lugares apresentam em comum.
Mas o que é globalização exatamente?
O conceito de globalização é dado por diferentes maneiras conforme os mais diversos autores em Geografia, Ciências Sociais, Economia, Filosofia e História que se pautaram em seu estudo. Em uma tentativa de síntese, podemos dizer que a globalização é entendida como a integração com maior intensidade das relações socioespaciais em escala mundial, instrumentalizada pela conexão entre as diferentes partes do globo terrestre.
Vale lembrar, no entanto, que esse conceito não se refere simplesmente a uma ocasião ou acontecimento, mas a um processo. Isso significa dizer que a principal característica da globalização é o fato de ela estar em constante evolução e transformação, de modo que a integração mundial por ela gerada é cada vez maior ao longo do tempo.