quinta-feira, 30 de abril de 2020

REPRESENTAÇÃO CARTOGRÁFICA

VISÃO DE MUNDO E SUAS TECNOLOGIAS
1. O meio natural: o contexto do senhor dos ventos
Vamos compreender a produção do espaço mundial como um processo econômico e político na escala da longa duração. A idéia de mundo mudou ao longo de séculos, de acordo com as características sociais e políticas de cada sociedade e do acúmulo de conhecimentos científicos e tecnológicos produzidos em diferentes épocas. Mas é difícil imaginar como os antigos representavam o planeta Terra. Então, um primeiro passo é relacionar as formas de representação da Terra com a cosmovisão (como era a situação, universo) do homem medieval.
Na Idade Média, foram produzidos muitos mapas, mas quase todos dominados pelo sentido cristão do sobrenatural.
Os mais famosos, conhecidos como mapas T-O, representavam o mundo habitado como um disco chato (“O”), centrado em Jerusalém. A divisão entre os três continentes conhecidos (Europa, Ásia e África) era representada por meio de cursos d’água, que formavam o “T”. Um exemplo é o “Mapa-mundi de Sallustio, século IV”, na página 3 no caderno do aluno.
A figura “Conceito cosmográfico de geógrafo cristão, século XI” na mesma página é um exemplo da cosmovisão dos sábios medievais de inspiração aristotélica e bíblica, ordenada em esferas, tendo a Terra no centro do mundo e em volta dela a água e em volta da água o ar, demonstrando perfeito equilíbrio e simetria que somente a criação divina seria capaz de produzir. Essa cosmovisão também está na descrição do mundo feita pelo suíço Joaquim Vadiano, em 1515:

A “Carta de Ebstorf, Gervásio de Tilbury, 1284”, na página 5 no caderno do aluno, com quatro metros de altura e uma impressionante riqueza de detalhes, representa o mundo como o corpo de Cristo, cuja cabeça, mãos e pés ultrapassam as margens circulares da moldura, rica em pormenores acerca de passagens bíblicas e de representações de terras mais distantes, como a África.
As visões de mundo analisadas refletem as tecnologias disponíveis para o conhecimento e a representação do planeta em cada momento da História e o contexto cultural no qual foram produzidas. Assim, a história da cartografia é também a história de como a humanidade refletiu sobre as características do mundo e de si mesma, em tempos sociais diferentes.
As cartas de navegação e a leitura do rumo dos ventos
As condições técnicas da época propiciaram uma visão do mundo em esferas, sendo a Terra uma única massa rochosa cercada pelo Oceano Atlântico. Durante três séculos, a humanidade conviveu com outro tipo de conhecimento cartográfico, que produziu as chamadas Cartas Portulanas. Elas eram conhecidas para fins práticos de navegação e representavam, mais ou menos, os mesmos elementos: o Mar Mediterrâneo e o Mar Negro, com grande grau de precisão, e parte do Oceano Atlântico até a Irlanda. As cartas portulanas indicavam, com precisão, o rumo dos ventos, as linhas paralelas próximas ao Equador, os portos, os cabos e as enseadas.
Diferente do mundo imaginário dos eclesiásticos (padres, sacerdote, membros da igreja), as cartas portulanas foram baseadas em medições feitas com o astrolábio, um instrumento utilizado pelos astrônomos para indicar a posição dos astros no céu e calculava as medidas angulares de objetos usando astros visíveis no céu como principal referência.
A façanha de Colombo

Até agora, vocês compararam as diferentes visões de mundo coexistentes no século XV.
Um bom exemplo da utilização das forças da natureza a favor dos objetivos humanos, como se caracteriza o período das expansões marítimas foi a travessia do Atlântico por Cristóvão Colombo. Antes da viagem de Colombo, os europeus imaginavam que o mundo era formado por três partes: Europa, Ásia e África.
Até a invenção do navio a vapor, a navegação oceânica dependia fundamentalmente da direção dos ventos e das correntes marinhas. Por isso, os padrões de circulação geral da atmosfera, para os grandes navegadores dos séculos XV, XVI e XVII, foram muito importantes.
A figura “Padrão geral de circulação da atmosfera”, na página 7 do caderno do aluno, destaca os ventos alísios de nordeste e sudeste e os ventos de oeste (lado direito).
Como os navegadores europeus, tais como Colombo, puderam alcançar a América e depois regressar à Europa, sendo que os ventos que sopravam a favor e ajudavam a mover os barcos na ida eram ventos contrários na volta? Os navegadores não retornavam pelo mesmo caminho! Era preciso encontrar uma rota favorável para a volta, diferente do caminho que havia sido utilizado na ida. A esquadra de Colombo utilizou-se dos ventos alísios de nordeste para tomar o rumo das Américas e os ventos de oeste para retornar à Europa.
Os ventos alísios de Nordeste e Sudeste são resultantes da influência do movimento de rotação, que move a Terra de oeste para leste. A “Rota da primeira viagem de Cristóvão Colombo”, na página 8 do caderno do aluno, mostra o percurso e percebemos que ele tirou proveito da direção dos ventos e das correntes marítimas. O referido navegador utilizou-se dos conhecimentos náuticos de sua época e adotou os procedimentos técnicos das cartas portulanas para a navegação em alto-mar. Por isso, Cristóvão ficou conhecido como “senhor dos ventos”, por causa de seu conhecimento sobre os ventos alísios e de oeste, que o auxiliaram a traçar a melhor rota para a sua primeira expedição.
Globalização em tempo de expansão marítima: as vantagens comparativas da Espanha e de Portugal
Para finalizar o estudo da Geografia do período das grandes navegações, vamos analisar o mapa “Territórios coloniais portugueses e espanhóis, século XVIII”, na página 9 do caderno do aluno. A Espanha e Portugal ocuparam as maiores extensões territoriais por apresentarem condições políticas favoráveis à realização da expansão ultramarina (unificação da nação em torno do rei, o maior financiador das expedições marítimas) e acumularem conhecimentos preciosos dos “segredos do mar” (domínio que esses países exerciam sobre as técnicas de navegação). Outro fator importante foi sua posição geográfica, que favoreceu as grandes navegações desses países.

2. O meio técnico: a força das máquinas na produção e na circulação
O meio técnico é produto da Revolução Industrial. Embora as técnicas sejam quase tão antigas quanto a humanidade, apenas no final do século XVIII, com a emergência da indústria, a capacidade produtiva humana tornou-se suficiente para transformar extensa e profundamente a superfície terrestre.
A Revolução Industrial representou a substituição do uso da energia humana ou animal pela energia mecânica nos processos de produção de artefatos. A combustão do carvão mineral e a máquina a vapor expandiram a capacidade produtiva humana e inauguraram a era industrial. As ferrovias e os navios a vapor promoveram uma revolução nos meios de transporte, desencadeando um crescimento inédito do comércio internacional.
Os ciclos iniciais da era industrial abriram as portas para a formação da economia-mundo, ou seja, para a incorporação de todos os povos e continentes nos fluxos mercantis e circuitos de investimentos centralizados pelas potências industriais. Foi então que o imperialismo (política de expansão e domínio territorial e/ou econômico de uma nação sobre outras) — anexando novas áreas coloniais na África e na Ásia e influenciando fortemente regiões da América Latina — criou um verdadeiro mercado de dimensões planetárias e uma nova divisão internacional do trabalho.
O traçado das ferrovias ilumina uma das características essenciais da Geografia produzida pelo imperialismo. Nos países industrializados da Europa, foram construídos troncos principais complementados por uma densa rede de trilhos que se espalham em todas as direções, facilitando o transporte no interior do território e unificando o mercado interno. Nos Estados Unidos, os grandes ramais ferroviários cortaram transversalmente o território e ajudaram a conquistar e integrar o oeste agrícola ao nordeste industrial.
Contudo, na África, Ásia e América Latina, as ferrovias nasceram para ligar as regiões produtoras de matérias-primas aos portos exportadores. A configuração da rede ferroviária da África, no século XIX, serve de espelho para compreender a organização do espaço produzida pelo imperialismo: o mercado externo funcionava como principal motor da economia e as redes de transporte, em vez de integrar, fragmentavam os espaços nacionais.
Para analisar esse novo contexto, vamos articular diferentes paisagens características do meio técnico, por meio da leitura de textos, fotografia e mapas.
Nas imagens “Litografia do século XIX representando a área industrial de Sheffield, cidade ao norte da Inglaterra” e “Gravura do século XIX representando fábrica têxtil do empresário Titus Salt, na cidade de Bradford, no norte da Inglaterra” da página 13 do caderno do aluno, identificamos evidências do impacto da atividade industrial na produção do espaço geográfico. As características ambientais de uma típica cidade industrial do século XIX, tais como insalubridade (nocivo à saúde, não saudável) e poluição, alteram profundamente a qualidade de vida de seus habitantes, as condições ambientais da cidade e a vida cotidiana com a instalação de indústrias.
O impacto da Revolução Industrial no mundo
A Revolução Industrial gerou impactos na produção do espaço mundial. O surgimento da indústria é uma revolução não somente técnica, mas social e econômica, porque transformou completamente o mundo em um sistema técnico único e integrado.
Surgiram os navios a vapor e as ferrovias, que tornaram as viagens inter e intracontinentais (intercontinentais quer dizer para outros continentes e intracontinentais, no mesmo continente) muito mais rápidas e seguras e possibilitaram a ampliação dos fluxos de mercadorias e de pessoas entre os países.
A indústria provocou um impacto local e global: aos poucos destruiu as antigas corporações de artesão e reforçou a divisão internacional do trabalho entre países industriais e os fornecedores de matéria-prima. Os textos 1 e 2 de Raul Borges Guimarães, na página 14 do caderno do aluno, explicam esse momento.

O meio técnico e o encurtamento das distâncias
            Os mapas “África: político” e “Europa: político” nas páginas 16 e 17 do caderno do aluno apresentam a malha ferroviária da África e da Europa. A distribuição das ferrovias pelos continentes, relacionando com a organização do espaço com as características do período do meio técnico, evidencia:
- a malha ferroviária da Europa (mais densa) unificava seus mercados internos, servindo principalmente aos mercados do próprio continente;
- o espaço ferroviário da África (com poucas ferrovias) tinha como estratégia colonial, o favorecimento da exploração dos recursos da colônia, conectando as regiões produtoras de matérias-primas agrícolas e minerais – no interior – até os portos de exportação – no litoral –, não articulando os mercados internos do continente;
- o mesmo acontece com as malhas ferroviárias dos Estados Unidos (que tem o caso semelhante ao da Europa) e América do Sul (semelhante à África).

3. O meio técnico-científico e a inclusão no mundo digital

            As revoluções tecnocientífica e informacional se desenvolveram a partir da década de 70. Os extraordinários avanços nas técnicas de armazenamento e processamento de informações foram potencializados pelas redes digitais, cabos de fibra ótica e satélites de comunicações. Da mesma forma, devemos considerar o novo ciclo de inovações (cujos fundamentos repousam sobre a “revolução da informação”), os avanços da biotecnologia, a automatização e a robotização dos processos produtivos, a descoberta de novos materiais e de novas tecnologias de geração de energia.
Podemos relacionar essas mudanças ao ciclo de inovações que envolveram outros campos, assentados sobre a aplicação da ciência às tecnologias de produção. É o que ocorre com a química fina (área de pesquisa e fabricação de novos medicamentos), com a biotecnologia e suas aplicações na medicina e na agricultura, com a robótica e com a automação industrial, que tem se intensificado. Também podemos relacionar tais processos com a difusão de mercadorias nascidas dessas tecnologias nas indústrias tradicionais, reinventando seus produtos e processos de produção. Ou com a disseminação da informática no setor financeiro, na indústria, nos sistemas de administração pública e privada, nos serviços de transportes, na saúde e na educação.
Vivemos em um mundo no qual o ciberespaço (ou espaço virtual) está em toda parte. Praticamente todas as pessoas estão envolvidas, num certo grau, com o espaço virtual. Apesar do crescimento exponencial da internet, a distribuição de seus usuários ainda é muito desigual. Metade deles está concentrada em países da Europa, nos Estados Unidos e no Canadá, como observamos no gráfico “Mundo: crescimento do uso de internet, 2000-2006”, na página 21 do caderno do aluno. No Brasil, o uso da internet é mais disseminado nos estados do centro-sul: Mato Grosso, Espírito Santo, São Paulo, Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul, onde apresentam o maior percentual de uso da internet (“Brasil: uso da internet, 2005”, na página 20 do caderno do aluno).
Hoje, o ciberespaço transformou-se em um grande negócio. Os programas de busca fazem sucesso entre os internautas porque é difícil encontrar as informações e navegar pela internet, uma vez que existem milhões de páginas para serem visitadas pelos usuários. As diferenças entre os navegadores da internet e os navegadores dos mares são grandes. Por exemplo, Enquanto o navegador genovês Cristóvão Colombo era financiado pelos reis da Espanha, os criadores de programas de busca da internet são jovens estudantes de universidades norte-americanas.
Este novo mundo virtual, o ciberespaço, é capaz de interligar diferentes pontos do planeta quase instantaneamente, e tem representado a intensidade dos fluxos de idéias e de informações que atravessam o planeta. A @ (arroba) ou www (world wide web, ou rede de alcance mundial, numa tradução livre para o português) são formas de representação do ciberespaço.
O significado das redes de informação
Vamos retomar uma comparação do meio técnico do período industrial com as características do período atual, denominado de meio tecnocientífico informacional.
O meio técnico do período industrial caracterizava-se pelo predomínio da indústria e da transferência de matéria por meio de redes de transportes como ferrovias e rodovias. O meio tecnocientífico informacional do período atual caracteriza-se pelo predomínio das finanças e da transferência de capitais e informações por meio de redes de comunicações de alta tecnologia. Enquanto as redes de comunicações do meio técnico industrial eram sistemas de rádio, telefonia e televisão analógicos, com transmissão separada de palavras, sons e imagens, as redes de comunicações nascidas com a informática, nos dias atuais, transferem “pacotes digitais” de informação que são interpretados como texto, som ou imagem.
A tecnologia de compressão digital proporciona, hoje, o aumento assombroso da velocidade e da quantidade de informação transmitida, além da convergência de diferentes tipos de mídia. Em função de tais características, os países que detêm o desenvolvimento científico e tecnológico desse tipo de produto tornaram-se extremamente poderosos e apresentam vantagens comparativas que os tornam cada vez mais ricos aumentando o “abismo tecnológico” que separa os países e regiões prósperos dos países e regiões pobres.
            Vamos analisar, criticamente, o surgimento desta nova dimensão de espaço, o virtual, ou o novo sentido da própria idéia de “navegação”.
O vocabulário dos usuários da internet é repleto de imagens que fazem referência ao mar, como por exemplo, navegar pela rede mundial, navegador da internet, a ação dos piratas da internet, dentre outras. O sentido da metáfora é claro. Mais de 250 milhões de internautas do mundo inteiro buscam descobrir sites nunca antes visitados. E navegar na internet tornou-se uma tarefa similar ao de se procurar “agulhas perdidas no palheiro”. Se em 1995 havia 10 milhões de páginas na internet, em 2006 o número ultrapassou a incrível marca de 100 milhões! Para ser mais exato, em 2006 eram 101,4 milhões de páginas, das quais 27 milhões entraram no ar somente naquele ano, criando uma espécie de planeta virtual, onde as pessoas (a sociedade da informação) se relacionam virtualmente, por meios eletrônicos.
No mundo contemporâneo, as tecnologias de informação são parte cada vez mais importante do cotidiano das empresas e das pessoas. Por exemplo, na gestão empresarial, no comércio e na vida cotidiana, as pessoas usam os programas de computador para se conectar com amigos e familiares.

. Análise crítica do processo de globalização contemporânea (uso do vídeo)

O foco desse capítulo será estudar os efeitos da globalização e da integração dos mercados mundiais em um país africano, por meio de um documentário que mostra os efeitos do ingresso das roupas de segunda mão sobre a indústria têxtil de um país africano.
A intensificação dos fluxos comerciais entre os países é uma das características do processo de globalização. Esse processo pode ter efeitos perversos sobre os mercados locais, principalmente nos países mais pobres, o que pode resultar desigualdades internacionais no processo.
Nem sempre a “ajuda internacional” contribui para a melhoria da qualidade de vida das pessoas. Melhor seria apresentar alternativas de ajuda, mais eficazes, como o compartilhamento de tecnologias agrícolas e industriais que pudessem, de fato, incrementar o sistema produtivo dos países mais pobres do planeta. Atitudes solidárias são fundamentais, mas é necessário um estudo criterioso para que essas ações apresentem resultados efetivos de inclusão social.

O mundo e suas tecnologias em constantes mudanças

“Tudo o que é novo pede passagem” é um lema que pode ser levado ao pé da letra no ramo da tecnologia. Quando um método se mostra mais barato, mais rápido ou mais eficiente do que o anterior, é só questão de tempo até que as pessoas o adotem.

Isso já aconteceu com o telégrafo, toca-discos, pager, fax, walkman, disquete, videocassete, máquinas de escrever e tantas outras ferramentas que agora só fazem volume no “quartinho da bagunça” ou se transformaram em artigos para colecionadores ou material para salas de museu. 
Como o tempo é impiedoso e não para, neste exato momento — enquanto você lê este texto — existem mecanismos e objetos se tornando ultrapassados. É claro que o processo é gradual e acontece de maneira sutil (e nada fica obsoleto de um dia para o outro).

Portanto, faça suas apostas: avalie a seleção e reflita sobre tudo o mais o que tem mudado no mundo e a sua volta.
Mapas de papel

Quando você consulta um serviço de GPS (principalmente em um tablet, onde a tela é maior), um sentimento de que a tarefa nasceu para ser executada ali naquele portátil toma conta dos seus dedos. Arrastar, dar zoom, consultar nomes de ruas, traçar rotas: tudo é feito com extrema leveza.

Por mais que o sistema nem sempre esteja 100% correto e a voz integrada soe mandona e repetitiva, pode ter certeza de que esse tipo de tecnologia é um passo sem volta. Quanto aos mapas de papel? Estes vão se tornar relíquias e partes dos filmes da Sessão da Tarde cuja trama envolve velhos piratas e crianças audaciosas se aventurando em busca de tesouros.


Linhas fixas de telefone
Houve um tempo em que o processo de aquisição de uma linha telefônica era demorado e custoso. Hoje, o Brasil tem mais celulares que habitantes e as operadoras dão até aparelhos de graça. Até o momento, a vantagem de um telefone fixo está apenas nas tarifas menores e em certos planos de minutagem.

Contudo, a situação já vem mudando — as cobranças vêm diminuindo e as ofertas para a telefonia móvel ficam cada vez mais tentadoras. Isso sem contar a enorme quantidade de funções apresentadas pelos smartphones: agenda, internet, games, aplicativos, SMS — ou seja, sem comparação!

No futuro, a condição de um sistema de comunicação não portátil não fará o menor sentido. E, aliás, por que você vai discar para a casa de uma pessoa se é possível ligar diretamente para ela?
Internet discada

Junto à cova dos telefones residenciais, estarão também os modems responsáveis pela internet discada. Daqui a um tempo, a deliciosa sinfonia de ruídos responsável por estabelecer uma conexão analógica ficará conhecida apenas como uma obra que foi amplamente executada no final do século XX.
A tecnologia banda larga segue evoluindo em passos conjuntos com redes cada vez mais eficientes, como a 4G. Até a Copa do Mundo de 2014, o governo nacional deseja que 75% dos lares estejam cobertos por conexões ultravelozes — e o melhor é que é até mais fácil cobrir áreas isoladas com sinais digitais por satélite do que com cabos de telefonia.

Em cerca de 30 anos, ao que se espera, o avanço deve ser tremendo. Com isso, cada vez menos provedores vão oferecer serviços de conexão e cada vez mais novos computadores virão sem modems agregados. Resumindo: a internet de baixa velocidade vai ser apenas uma lenda para contarmos para as gerações vindouras.

Telefones públicos

Os famosos orelhões — pelo menos da maneira como os conhecemos — estão com os dias contados e vão fazer companhia às linhas telefônicas fixas e modems analógicos. A razão pela qual isso deve acontecer não carrega nenhum mistério e, novamente, o grande responsável pela revolução atende pelo nome de celular.

Contudo, os telefones públicos podem vir a se tornar centrais multimídia conectadas, capazes de enviar e receber emails e SMS, recarregar celulares, realizar videochamadas e oferecer conexão Wi-Fi. Esse tipo de experiência já acontece em alguns países (na Espanha, por exemplo, esse tipo de tecnologia existe desde 2007).
No Brasil, também existem empresas que oferecem protótipos parecidos, mas sem tanta notoriedade até agora. Por enquanto, ainda não há especulações palpáveis sobre quando a modernização deve começar a acontecer. Mas uma coisa é certa: os milhões de aparelhos destinados apenas a chamadas telefônicas espalhados pelas ruas vão ter arranjar outro lugar para ficar em um futuro próximo.

Backup em CD ou DVD

Dados e informações sempre foram e sempre serão tratados com importância. O que muda, todavia, é a maneira com a qual lidamos com eles. Documentos que outrora ocupavam imensos depósitos e intermináveis gavetas hoje são minoria e os acervos digitais tornaram-se padrão em departamentos comerciais e organização domiciliar.

Com isso, surgiu a necessidade não só de acumular tudo isso em discos e drives, como também de fazer backups para evitar qualquer problema com corrupção de arquivos ou perda total das unidades de armazenamento. As plataformas para tal tarefa foram evoluindo e ficando cada vez menores e mais potentes: disquete, CD/DVD e, por fim, pendrives e cartões SD. Porém, uma tecnologia chegou para quebrar com tudo isso. A computação nas nuvens já é realidade, tem triunfado sobre a resistência e tem sido adotada por cada vez mais empresas. 
A convergência possibilitada pelo sistema é, de fato, a melhor solução para um contexto no qual diversos aparelhos são utilizados para desempenhar funções semelhantes. Na prática, o computador vira apenas um componente ligado à grande e poderosa internet.

Quem sabe daqui a um tempo, gigabytes e terabytes vão ser termos antiquados com os quais somente profissionais de armazenamento nas nuvens deverão ter contato. A vantagem? Ninguém precisará se preocupar com backup. O perigo? O quão seguro é deixar todas as suas mensagens, fotos, vídeos, planejamentos financeiros, dados empresariais e outros documentos íntimos ou sigilosos à mercê de um organismo onipresente e distante?
TV Aberta
A cada dia aumenta a demanda e o número de opções de serviços de TVs pagas e consequentemente, diminuem os seus preços. E graças a algumas novas tecnologias, você passa a escolher de forma interativa o que deseja ver e para completar, tendo a programação  em mãos, podemos agendar a gravação de seus programas favoritos com qualidade digital para somente depois assisti-los e quando quiser.

A própria internet é um meio de comunicação que tem atraído cada vez mais usuários, principalmente entre os jovens, para longe da TV, seja por causa de sua interatividade e poder de escolha da informação que se deseja absorver, ora devido ao simples fato da disponibilidade e acessibilidade da imensa variedade de séries de TV, filmes, clips e músicas, sem a perda de tempo com comerciais impostos no meio da programação. Sem contar o fato de que muitos aparelhos de TV já possuem meios de conexão direta a internet.

Então, porque o espectador irá querer perder tempo vasculhando um número restrito de canais, programações enfadonhas e repetidas na TV aberta, quando o próprio tempo tem se tornado o bem mais precioso da nossa atualidade, e no outro caso podemos ter acesso a uma imensidão de ótimos e diversificados canais, muitos de boa qualidade e programas temáticos de acordo com a sua preferência.

TV Analógica

É incrível que ainda existam empresas que ofereçam serviços de TV paga com sinal analógico por quase o mesmo preço de uma digital, sem contar o fato de que a maioria dos aparelhos de TV vendidos atualmente suportam sinal digital. A maior razão disto está no fato de que muitos consumidores não sabem ainda a diferença entre os dois tipos de serviços e por falta de conhecimento, optam por um produto de qualidade extremamente inferior ao digital.


Fotos Impressas
Antigamente as pessoas carregavam em suas bolsas e carteiras, fotos de familiares ou ostentavam em suas mesas de escritório e nos seus lares, fotos em porta-retratos comuns. Hoje em dia, elas carregam álbuns inteiros no celular, computadores, tablets e diversos outros dispositivos móveis ou simplesmente postam na internet. Até mesmo os porta retratos passaram a ter versões eletrônicas digitais onde basta plugar um pendrive ou a um computador e passar as imagens. O dispositivo fica passando todas as fotos e alguns ainda mostram efeitos e/ou tocam músicas durante o processo.

CDs de Música
Devido a imensa facilidade de se possuir um dispositivo móvel com o poder de tocar arquivos MP3 e outros formatos digitais, o CD e outras mídias em disco tem sido cada vez menos utilizadas para este fim. Podemos adquirir músicas com facilidade na internet, armazená-las no computador ou apenas mantê-las na nuvem (ver computação em nuvem).

DVDs

Assim como o CD, tem aumentado a disponibilidade e facilidade de se armazenar filmes em dispositivos móveis e na internet. Hoje podemos comprar filmes originais até pelo tablet, celular ou na internet e a um preço muito inferior ao de uma mídia física (DVD). Além do fato que o DVD será substituído pelo Blue-ray, HD DVD ou outro disco qualquer de alta capacidade que ainda irão manter-se por um bom tempo no mercado graças ao fato de poderem armazenar filmes com altíssima qualidade e operar com tecnologias ainda recentes como a dos óculos 3D por exemplo.

Exitem ainda meio mundo de coisas que conhecemos hoje e que também estão fadadas ao desuso e desaparecimento nos próximos anos, mas se fôssemos citar todas elas nesta postagem, nunca chegaríamos a um fim. Vale então para a nossa reflexão e para os mais nostálgicos, servir de dica para guardarem os seus exemplares como referência e objetos de estudo e curiosidade para as futuras gerações.

EXERCÍCIOS
Questão 1- (UFPI) Sobre a economia globalizada:
a) Homogeneizou as culturas e reduziu as discrepâncias econômicas entre os países.
b) Integrou economias e possibilitou a difusão de hábitos dos lugares pelo mundo.
c) Deu visibilidade às minorias, a povos e culturas de recantos isolados do mundo.
d) Quase anulou a xenofobia e os conflitos étnicos e religiosos em todo o planeta.
Questão 2-(ENEM 2009 )
O índio do Xingu, que ainda acredita em Tupã, assiste pela televisão a uma partida de futebol que acontece em Barcelona ou a um show dos Rolling Stones na praia de Copacabana. Não obstante, não há que se iludir: o índio não vive na mesma realidade em que um morador do Harlem ou de Hong Kong, uma vez que são distintas as relações dessas diferentes pessoas com a realidade do mundo moderno; isso porque o homem é um ser cultural, que se apoia nos valores da sua comunidade, que, de fato, são os seus.
GULLAR, F. Folha de S. Paulo. São Paulo: 19 out. 2008 (adaptado).
Ao comparar essas diferentes sociedades em seu contexto histórico, verifica-se que

a) Pessoas de diferentes lugares, por fazerem uso de tecnologias de vanguarda, desfrutam da mesma realidade cultural.
b) O índio assiste do futebol ao show, mas não é capaz de entendê-los, porque não pertencem à sua cultura.
c) Pessoas com culturas, valores e relações diversas têm, hoje em dia, acesso às mesmas informações.
d) Os moradores do Harlem e de Hong Kong, devido à riqueza de sua História, têm uma visão mais aprimorada da realidade.
e) A crença em Tupã revela um povo atrasado, enquanto os moradores do Harlem e de Hong Kong, mais ricos, vivem de acordo com o presente. 
Questão 3- (ENEM 2009 )
Entre as promessas contidas na ideologia do processo de globalização da economia estava a dispersão da produção do conhecimento na esfera global, expectativa que não se vem concretizando. Nesse cenário, os tecnopolos aparecem como um centro de pesquisa e desenvolvimento de alta tecnologia que conta com mão de obra altamente qualificada. Os impactos desse processo na inserção dos países na economia global deram-se de forma hierarquizada e assimétrica. Mesmo no grupo em que se engendrou a reestruturação produtiva, houve difusão desigual da mudança de paradigma tecnológico e organizacional. O peso da assimetria projetou-se mais fortemente entre os países mais desenvolvidos e aqueles em desenvolvimento.
BARROS, F. A. F. Concentração técnico-científica: uma tendência em expansão no mundo contemporâneo?
Campinas: Inovação Uniemp, v. 3, n°1 jan./fev. 2007 (adaptado).
Diante das transformações ocorridas, é reconhecido que    
a) A inovação tecnológica tem alcançado a cidade e o campo, incorporando a agricultura, a indústria e os serviços, com maior destaque nos países desenvolvidos.
b) Os fluxos de informações, capitais, mercadorias e pessoas têm desacelerado, obedecendo ao novo modelo fundamentado em capacidade tecnológica.
c) As novas tecnologias se difundem com equidade no espaço geográfico e entre as populações que as incorporam em seu dia a dia.
   
d) Os tecnopolos, em tempos de globalização, ocupam os antigos centros de industrialização, concentrados em alguns países emergentes.
e) O crescimento econômico dos países em desenvolvimento, decorrente da dispersão da produção do conhecimento na esfera global, equipara-se ao dos países desenvolvidos.
Questão 4- (UFAM) São características da Globalização:
a) A adoção do Toyotismo como modelo para a reorganização da produção, a restrição dos mercados e a valorização tecnológica.
b) O estabelecimento de redes comerciais, com valorização do capital mercantil e o aumento do controle estatal na economia.
c) A adoção de políticas neoliberais, a desregulamentação da economia e diminuição dos índices de robotização na indústria.
d) A dinamização tecnológica com a garantia da ampliação de políticas sociais e direitos trabalhistas.
e) A formação de blocos econômicos, a integração dos mercados e o avanço do capital financeiro.
Questão 5-  (UFC) O processo de globalização tem, na atualidade, provocado grandes mudanças, tanto nas esferas econômica, financeira e política quanto na vida social e cultural dos povos e das nações, em escala mundial. A esse respeito, é possível afirmar, de modo correto, que:
a) A maioria das instituições financeiras globais tem sua sede localizada nos países subdesenvolvidos.
b) O avanço das telecomunicações e da informática e o uso da internet são fundamentais para os fluxos financeiros mundiais.
c) O Estado intervém na economia por meio de investimentos no setor industrial, fortalecendo, assim, as empresas estatais.
d) As transformações políticas, econômicas, sociais e tecnológicas dão-se da mesma forma nos países desenvolvidos e subdesenvolvidos.
e) Os blocos econômicos regionais são constituídos com o objetivo único de formação de alianças para defender a autonomia política dos países membros.








3 comentários:

  1. Não vou copiar não,tenho tanta coisa pra fazer, não quero me prender nisso e não conseguir fazer as outras atividades...

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