DISTRIBUIÇÃO DA POPULAÇÃO
A
população humana distribui-se de forma desigual pelos continentes, países,
região, sub-regiões ou áreas geográficas de cada país. A seguir, veremos a
distribuição populacional, por meio da densidade demográfica, e os fatores que
exercem influência no povoamento, que podem ser de ordem natural ou
histórico-econômica.
·
. População dos continentes
A Ásia
é o continente mais populoso. Em 2017, tinha 4,5 bilhões de habitantes, o que
representava 59,6% da população mundial. Somente a China e a Índia, países mais
populosos do mundo e localizados na Ásia, abrigavam 1,4 bilhão e 1,3 bilhão,
respectivamente, ou seja, cerca de 60% da população asiática e 36% da
população mundial.
Em
2017, o segundo continente mais populoso era a África, com cerca de 1,2 bilhão
de habitantes, aproximadamente 16% da população mundial. O continente menos
populoso era a Antártida, seguida pela Oceania, que apresentava cerca de 40,7
milhões de habitantes.
Segundo estudos
demográficos, o crescimento da população mundial no final do século XXI terá
taxas bem menores do que as atuais se mantido os padrões de queda das taxas de
fecundidade – fato que já ocorre há alguns anos em vários países.
·
As
densidades demográficas
Repare que existem
áreas muito povoadas, ou de elevada densidade demográfica (mais de 100 hab./km
quadrado), como Dacca, capital de Bangladesh. Outras áreas podem ter média
densidade demográfica (de 50 a 100 hab./km quadrado) ou baixa densidade
demográfica ( com menos de 50 hab./km quadrado). Há, ainda, áreas com menos de
1 hab./km quadrado em várias regiões do planeta.
Para obter a
densidade demográfica de determinada
região, dividimos o toal de sua população por sua área territorial. Ao
realizarmos esse cálculo, percebemos que existem regiões e áreas mais
densamente povoadas que outras. Contribuem para essa diferença diversos
fatores, que podem favorecer ou limitar o povoamento.
·
. Fatores que influenciam o povoamento
Pelo menos dois
fatores explicam a desigualdade na distribuição da população: os de ordem
natural, como o clima, o relevo, a disponibilidade de água e a qualidade
do solo para fins de agricultura; e os de ordem histórico-econômica, relacionados
aos povoamentos antigos, ao crescimento de cidades, à implantação de sistemas
de transporte e à dinamização das economias regionais e sua continuidade no
tempo. Esse último é o caso do nordeste dos Estados Unidos – onde se localizam
Nova York, Boston, Filadélfia e outras cidades importantes – e da Região
Sudeste do Brasil. À medida que se tornaram as principais regiões econômicas
desses países, passaram a atrair populações de outras áreas, que se deslocaram
em busca de oportunidades de trabalho e de melhores condições de vida.
Os fatores de
ordem natural continuam exercendo influência na distribuição da população no
espaço mundial, mesmo como constante avanço científico e tecnológico e, em
consequência, a melhor adaptação humana às situações naturais adversas.
As áreas de
desertos quentes, como, por exemplo, o Saara, na África, e os desertos da
Austrália, possuem menos de 1 hab./km quadrado. O mesmo acontece no norte do
Canadá e da Rússia – áreas de altas latitudes e de clima frio e polar, que
restringem a fixação humana. Também nas elevadas altitudes da Cordilheira dos
Andes, na América do Sul, das Rochosas, na América do Norte, ou ainda as do
Himalaia, na Ásia, o clima frio de alta montanha dificulta o estabelecimento
humano.
DESIGUALDADES NA DINÂMICA DEMOGRÁFICA
Além da desigual
distribuição demográfica no espaço geográfico mundial, há também disparidades
na dinâmica demográfica entre os diversos países. Já vimos algumas dessas
desigualdades anteriormente, como as diferenças no crescimento vegetativo ou
natural e nas médias de taxas de natalidade e fecundidade dos
conjuntos de países desenvolvidos e menos desenvolvidos.
Além dessas
desigualdades na dinâmica demográfica, a seguir estudaremos outras.
·
Mortalidade infantil
A taxa de mortalidade infantil
(de 0 a 1 ano de idade) é um bom indicador das condições de vida de uma
população, pois, além de ser um indicador de saúde, envolve questões
relacionadas à qualidade da alimentação das gestantes, mães, e crianças, às
condições de saneamento básico do lugar onde a criança nasce e cresce, ao nível
educacional dos pais e à renda que possuem.
Há, assim, estreita relação entre taxas de
mortalidade infantil e condições socioeconômicas da população, ou seja: altas
taxas de mortalidade infantil ocorrem em populações desprovidas de boas
condições de vida; e, inversamente, baixas taxas de mortalidade infantil
ocorrem em populações com boas condições de vida.
O mapa mostra a disparidade entre os países
quanto às taxas de mortalidade infantil e, de acordo com o que explicado, pode
ser interpretado como um “retrato” das condições de vida de suas populações.
·
Esperança de vida média ao nascer
Denominada também de expectativa de vida
média ao nascer, expressa a duração prevista para a vida de um
recém-nascido, caso a taxa de mortalidade do momento em que ele nasceu
permaneça a mesma ou constante.
Nas últimas décadas, ocorreu
redução das taxas de mortalidade da população graças a um conjunto de fatores:
grandes conquistas e avanços da medicina; melhoria das condições sanitárias
(redes de água e esgoto, coleta de lixo etc.); campanhas de vacinação em massa
contra certas doenças; e tomada de consciência de parcelas da população acerca
da necessidade de uma alimentação saudável e da prática regular de atividades
físicas.
Em consequência da redução das taxas de
mortalidade, a esperança de vida média ao nascer aumentou consideravelmente
entre 1950 e os dias atuais.
·
Relações entre aumento da esperança de
vida média ao nascer, altas taxas de natalidade e economia
O aumento da esperança de vida tem exigido
dos países adaptações e esforços a essa nova situação. Em países onde ocorrem
altas taxas de fecundidade e de natalidade, os governos enfrentam problemas
para administrar essa dinâmica demográfica.
Vamos explicar as duas situações. Nos países
desenvolvidos, as baixas taxas de fecundidade, somadas ao aumento da esperança
de vida média ao nascer, têm causado aumento da esperança de vida média ao
nascer, têm causado aumento da proporção de idosos e diminuição da proporção de
jovens no conjunto da população. Embora essa
seja uma tendência mundial, o envelhecimento da população tem afetado,
principalmente, vários países europeus, gerando, consequentemente, maiores
despesas com pagamento de aposentadorias, além de diminuição rápida e
progressiva da População Economicamente Ativa
(PEA).
Nos países menos
desenvolvidos, por causa das maiores taxas de natalidade e fecundidade, o
número de população jovem é maior. E isso representa para os governos desses
países a necessidade de maiores investimentos ou gastos com educação e de
criação de mais empregos para atender à quantidade de jovens em busca de
ocupação no mercado de trabalho.
Vê-se, assim, que essas duas situações
representam desafios para os governantes e para a população em geral.
Revendo
conteúdos
1. Desde épocas remotas, o homem moderno, ou seja,
o Homo sapiens e seus ancestrais, deslocam-se pelos espaços terrestres. Aponte
a causa mais provável para esses deslocamentos.
2. Explique a diferença entre:
a) Imigrantes e refugiados.
b) Deslocados internos e migração interna.
3. Além das migrações espontâneas ou voluntárias,
existem as migrações forçadas. Explique o que são as migrações forçadas e
exemplifique.
4. Qual era a nacionalidade da maioria dos
refugiados mundiais em 2016? E por qual razão se tornaram refugiados?
5. Explique o processo de crescimento populacional
que resultou em uma explosão demográfica após a Segunda Guerra Mundial.
6. Por que a população mundial não está
distribuída de modo uniforme em todo o globo? Explique.
7. Em relação à demografia dos países
desenvolvidos e dos menos desenvolvidos, responda.
a. De modo geral, esses países apresentam índices
demográficos opostos. Explique-os.
b. Que outro indicador pode ser considerado para
salientar as disparidades sociais entre esses dois blocos de países?
8. Qual é a relação entre a taxa de mortalidade
infantil e as condições socioeconômicas de uma população ou um país? Explique.
9. Como você explica o aumento da esperança de
vida média ao nascer em muitos países do mundo?
10. Interprete o mapa abaixo e responda às
questões.
a) Em que etapa de transição demográfica se
encontra a maioria dos países da África?
b) Cite três exemplos de países em uma condição de
fecundidade baixa.
c) Há relação entre o desenvolvimento econômico do
país e a etapa de transição demográfica em que ele se encontra? Explique.
11. Com base em seus conhecimentos sobre a
população mundial e os países mais populosos do mundo em 2017, que título você
daria a cada um dos gráficos a seguir?
12. Observe a tabela para responder.
a)
Calcule a
densidade demográfica de cada país da tabela.
b)
Por que a
densidade demográfica não reflete exatamente a distribuição populacional
territorial desses países?
13.
Interprete
os gráficos relativos à taxa de fecundidade (1950-2050) e analise as
proposições. Depois, identifique a que está correta e explique as incorreções
das demais.
a)
Taxas de
fecundidade é a relação entre o número de nascidos vivos por mil habitantes no
decorrer de um ano.
b)
As taxas de
fecundidade do Brasil e do Senegal em 1950 eram respectivamente 6 e 8.
c)
Segundo estimativas
para o ano de 2050, o Brasil deverá apresentar uma taxa de fecundidade de
aproximadamente 2,9, e o Senegal, de 2,1.
d)
Podemos afirmar
que a queda mais acentuada da taxa de fecundidade do Brasil entre 1950 e 2050,
se comparada à taxa do Senegal no mesmo período, é explicada pela diminuição
significativa das taxas de natalidade, pela maior inserção da mulher no mercado
de trabalho e pela relativa melhora das condições de vida (saúde,educação
etc.).
As imagens não estão aparecendo. :v
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