quinta-feira, 16 de abril de 2020

Geografia


DISTRIBUIÇÃO DA POPULAÇÃO
   A população humana distribui-se de forma desigual pelos continentes, países, região, sub-regiões ou áreas geográficas de cada país. A seguir, veremos a distribuição populacional, por meio da densidade demográfica, e os fatores que exercem influência no povoamento, que podem ser de ordem natural ou histórico-econômica.
·         . População dos continentes
   A Ásia é o continente mais populoso. Em 2017, tinha 4,5 bilhões de habitantes, o que representava 59,6% da população mundial. Somente a China e a Índia, países mais populosos do mundo e localizados na Ásia, abrigavam 1,4 bilhão e 1,3 bilhão, respectivamente, ou seja, cerca de 60% da população asiática e 36% da população mundial.
   Em 2017, o segundo continente mais populoso era a África, com cerca de 1,2 bilhão de habitantes, aproximadamente 16% da população mundial. O continente menos populoso era a Antártida, seguida pela Oceania, que apresentava cerca de 40,7 milhões de habitantes.
   Segundo estudos demográficos, o crescimento da população mundial no final do século XXI terá taxas bem menores do que as atuais se mantido os padrões de queda das taxas de fecundidade – fato que já ocorre há alguns anos em vários países.  
     
·          As densidades demográficas
   Repare que existem áreas muito povoadas, ou de elevada densidade demográfica (mais de 100 hab./km quadrado), como Dacca, capital de Bangladesh. Outras áreas podem ter média densidade demográfica (de 50 a 100 hab./km quadrado) ou baixa densidade demográfica ( com menos de 50 hab./km quadrado). Há, ainda, áreas com menos de 1 hab./km quadrado em várias regiões do planeta.
   Para obter a densidade demográfica  de determinada região, dividimos o toal de sua população por sua área territorial. Ao realizarmos esse cálculo, percebemos que existem regiões e áreas mais densamente povoadas que outras. Contribuem para essa diferença diversos fatores, que podem favorecer ou limitar o povoamento.
·         . Fatores que influenciam o povoamento
   Pelo menos dois fatores explicam a desigualdade na distribuição da população: os de ordem natural, como o clima, o relevo, a disponibilidade de água e a qualidade do solo para fins de agricultura; e os de ordem histórico-econômica, relacionados aos povoamentos antigos, ao crescimento de cidades, à implantação de sistemas de transporte e à dinamização das economias regionais e sua continuidade no tempo. Esse último é o caso do nordeste dos Estados Unidos – onde se localizam Nova York, Boston, Filadélfia e outras cidades importantes – e da Região Sudeste do Brasil. À medida que se tornaram as principais regiões econômicas desses países, passaram a atrair populações de outras áreas, que se deslocaram em busca de oportunidades de trabalho e de melhores condições de vida.
   Os fatores de ordem natural continuam exercendo influência na distribuição da população no espaço mundial, mesmo como constante avanço científico e tecnológico e, em consequência, a melhor adaptação humana às situações naturais adversas.
   As áreas de desertos quentes, como, por exemplo, o Saara, na África, e os desertos da Austrália, possuem menos de 1 hab./km quadrado. O mesmo acontece no norte do Canadá e da Rússia – áreas de altas latitudes e de clima frio e polar, que restringem a fixação humana. Também nas elevadas altitudes da Cordilheira dos Andes, na América do Sul, das Rochosas, na América do Norte, ou ainda as do Himalaia, na Ásia, o clima frio de alta montanha dificulta o estabelecimento humano.
  
DESIGUALDADES NA DINÂMICA DEMOGRÁFICA
   Além da desigual distribuição demográfica no espaço geográfico mundial, há também disparidades na dinâmica demográfica entre os diversos países. Já vimos algumas dessas desigualdades anteriormente, como as diferenças no crescimento vegetativo ou natural e nas médias de taxas de natalidade e fecundidade dos conjuntos de países desenvolvidos e menos desenvolvidos.
   Além dessas desigualdades na dinâmica demográfica, a seguir estudaremos outras.
·         Mortalidade infantil
   A taxa de mortalidade infantil (de 0 a 1 ano de idade) é um bom indicador das condições de vida de uma população, pois, além de ser um indicador de saúde, envolve questões relacionadas à qualidade da alimentação das gestantes, mães, e crianças, às condições de saneamento básico do lugar onde a criança nasce e cresce, ao nível educacional dos pais e à renda que possuem.
   Há, assim, estreita relação entre taxas de mortalidade infantil e condições socioeconômicas da população, ou seja: altas taxas de mortalidade infantil ocorrem em populações desprovidas de boas condições de vida; e, inversamente, baixas taxas de mortalidade infantil ocorrem em populações com boas condições de vida.
   O mapa mostra a disparidade entre os países quanto às taxas de mortalidade infantil e, de acordo com o que explicado, pode ser interpretado como um “retrato” das condições de vida de suas populações.
·          Esperança de vida média ao nascer
   Denominada também de expectativa de vida média ao nascer, expressa a duração prevista para a vida de um recém-nascido, caso a taxa de mortalidade do momento em que ele nasceu permaneça a mesma ou constante.
  
Nas últimas décadas, ocorreu redução das taxas de mortalidade da população graças a um conjunto de fatores: grandes conquistas e avanços da medicina; melhoria das condições sanitárias (redes de água e esgoto, coleta de lixo etc.); campanhas de vacinação em massa contra certas doenças; e tomada de consciência de parcelas da população acerca da necessidade de uma alimentação saudável e da prática regular de atividades físicas.
   Em consequência da redução das taxas de mortalidade, a esperança de vida média ao nascer aumentou consideravelmente entre 1950 e os dias atuais.


·         Relações entre aumento da esperança de vida média ao nascer, altas taxas de natalidade e economia

   O aumento da esperança de vida tem exigido dos países adaptações e esforços a essa nova situação. Em países onde ocorrem altas taxas de fecundidade e de natalidade, os governos enfrentam problemas para administrar essa dinâmica demográfica.
   Vamos explicar as duas situações. Nos países desenvolvidos, as baixas taxas de fecundidade, somadas ao aumento da esperança de vida média ao nascer, têm causado aumento da esperança de vida média ao nascer, têm causado aumento da proporção de idosos e diminuição da proporção de jovens no conjunto da população. Embora essa seja uma tendência mundial, o envelhecimento da população tem afetado, principalmente, vários países europeus, gerando, consequentemente, maiores despesas com pagamento de aposentadorias, além de diminuição rápida e progressiva da População Economicamente Ativa (PEA).
   Nos países menos desenvolvidos, por causa das maiores taxas de natalidade e fecundidade, o número de população jovem é maior. E isso representa para os governos desses países a necessidade de maiores investimentos ou gastos com educação e de criação de mais empregos para atender à quantidade de jovens em busca de ocupação no mercado de trabalho.
   Vê-se, assim, que essas duas situações representam desafios para os governantes e para a população em geral.
Revendo conteúdos
       1.     Desde épocas remotas, o homem moderno, ou seja, o Homo sapiens e seus ancestrais, deslocam-se pelos espaços terrestres. Aponte a causa mais provável para esses deslocamentos.
       2.     Explique a diferença entre: 
       a)    Imigrantes e refugiados.
       b)    Deslocados internos e migração interna.
       3.     Além das migrações espontâneas ou voluntárias, existem as migrações forçadas. Explique o que são as migrações forçadas e exemplifique.
       4.     Qual era a nacionalidade da maioria dos refugiados mundiais em 2016? E por qual razão se tornaram refugiados?
       5.     Explique o processo de crescimento populacional que resultou em uma explosão demográfica após a Segunda Guerra Mundial.
       6.     Por que a população mundial não está distribuída de modo uniforme em todo o globo? Explique.
       7.     Em relação à demografia dos países desenvolvidos e dos menos desenvolvidos, responda.
       a.     De modo geral, esses países apresentam índices demográficos opostos. Explique-os.
       b.    Que outro indicador pode ser considerado para salientar as disparidades sociais entre esses dois blocos de países? 
       8.  Qual é a relação entre a taxa de mortalidade infantil e as condições socioeconômicas de uma população ou um país? Explique.
       9.  Como você explica o aumento da esperança de vida média ao nascer em muitos países do mundo?   
       10.  Interprete o mapa abaixo e responda às questões.
      a)    Em que etapa de transição demográfica se encontra a maioria dos países da África?
      b)    Cite três exemplos de países em uma condição de fecundidade baixa.
      c)    Há relação entre o desenvolvimento econômico do país e a etapa de transição demográfica em que ele se encontra? Explique.
      11.  Com base em seus conhecimentos sobre a população mundial e os países mais populosos do mundo em 2017, que título você daria a cada um dos gráficos a seguir?
     12.  Observe a tabela para responder.
      a)      Calcule a densidade demográfica de cada país da tabela.
      b)      Por que a densidade demográfica não reflete exatamente a distribuição populacional territorial desses países?
     13.   Interprete os gráficos relativos à taxa de fecundidade (1950-2050) e analise as proposições. Depois, identifique a que está correta e explique as incorreções das demais.

     a)       Taxas de fecundidade é a relação entre o número de nascidos vivos por mil habitantes no decorrer de um ano.
     b)      As taxas de fecundidade do Brasil e do Senegal em 1950 eram respectivamente 6 e 8.
     c)       Segundo estimativas para o ano de 2050, o Brasil deverá apresentar uma taxa de fecundidade de aproximadamente 2,9, e o Senegal, de 2,1.
     d)      Podemos afirmar que a queda mais acentuada da taxa de fecundidade do Brasil entre 1950 e 2050, se comparada à taxa do Senegal no mesmo período, é explicada pela diminuição significativa das taxas de natalidade, pela maior inserção da mulher no mercado de trabalho e pela relativa melhora das condições de vida (saúde,educação etc.). 

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