Os
critérios de regionalização
Entre as formas
tradicionalmente mais conhecidas de regionalização do espaço mundial, podem-se
citar a divisão do mundo em continentes, bem como a divisão em tipos de
vegetação nativa.
A regionalização
do mundo por continentes é uma das mais reconhecidas pelo senso comum. O
significado etimológico do termo continente origina-se das palavras latinas cum
tenere, que, juntas, querem dizer “contínuo” ou “ininterrupto”; assim, os
continentes seriam terras emersas contínuas. Mesmo essa regionalização,
aparentemente realizada com base em um critério natural, apresenta
características de processo social, pois reproduz uma visão de mundo específica
das relações de poder instituídas por diferentes processos históricos.
A Europa, por exemplo, apesar de apresentar-se contígua
à Ásia, é considerada um continente, Nas escolas estadunidenses (e mesmo na
maioria de suas publicações), a América do Norte é considerada um continente à
parte no conjunto das terras contínuas da América. Esses exemplos são resultado
da influência da política e da economia na regionalização: no caso europeu,
perpetua-se a história visão do mundo eurocêntrica; no caso estadunidense,
expressa-se a preocupação em se destacar a preponderância dos Estados Unidos no
cenário político e econômico.
A regionalização
do mundo em biomas é resultado de estudos sobre a origem da
distribuição das espécies vegetais no mundo. Esses conjuntos não são
homogêneos; neles existe uma grande variedade de ecossistemas. No interior de
um domínio de natureza, portanto, há ocorrência de subconjuntos locais,
representativos de diferentes ordens de grandeza.
REGIONALIZAÇÕES
DO ESPAÇO MUNDIAL
O ato
de regionalizar o espaço está associado a uma necessidade de compreendê-lo e
pode ser expressão da visão de mundo de uma coletividade, de uma nação ou até
mesmo de diversas sociedades. A regionalização
não pode, porém, ser arbitrária – ela deve ser feita e baseada em um
critério bem definido.
A regionalização
do mundo pelo Índice de Desenvolvimento Humano (IDH), por exemplo, agrupa
países pelo indicador que tem como base a mensuração da expectativa de vida, da
alfabetização, da taxa de matrícula de indivíduos em idade escolar e do PIB per
capita. Esse indicador foi estabelecido pelo Programa das Nações Unidas para o
Desenvolvimento (Pnud), órgão ligado à Organização das Nações Unidas (ONU).
PRIMEIRO,
SEGUNDO E TERCEIRO MUNDOS
Após a Segundo
Guerra Mundial, a maioria das colônias europeias na África e na Ásia alcançou sua independência. Refletindo a
respeito dessa mudança no mapa político do planeta, o demógrafo francês Alfred Sauvy, em 1952,
criou a expressão Terceiro Mundo. Sauvy estabeleceu um paralelo entre as
reivindicações dos países recém-independentes e aquelas do Terceiro Estado
durante a Revolução Francesa. Na França do século XVIII, o chamado Terceiro
Estado representava a maioria da população, mas apenas o Primeiro e o Segundo Estados
(clero e nobreza) eram representados no Planeta e tinham seus direitos
assegurados.
Segundo Sauvy, os
jovens países criados na luta contra as metrópoles imperialistas seriam o Terceiro
Mundo, ou seja, um conjunto de países capitalistas em que capital, crédito representatividade
nos fóruns internacionais eram escassos, além de contar com outras deficiências
estruturais. Nesse esquema analítico, o Segundo Mundo seria formado
pelos países socialistas e o Primeiro Mundo pelas economias capitalistas
mais avançadas.
Mesmo que essa
regionalização ainda seja utilizada, ela está evidentemente defasada: já não
existe mais o conjunto de países socialistas representantes do antigo Segundo
Mundo, e a disputa por interesses econômicos e comerciais entre os países na
economia mundial tornou-se mais complexa e diversificada. Logo, o modelo de
três mundos foi superado.
PAÍSES
DO NORTE E PAÍSES DO SUL
O mapa apresenta
esquematicamente uma divisão do mundo em Norte e Sul; porém, essa divisão não
considera a linha do Equador para a demarcação desses dois conjuntos. A ideia
da porção sul – geralmente de economia primária preponderante – teve
impulso a partir da década de 1990, em virtude da dissolução da União
Soviética, principal liderança do antigo Segundo Mundo. Após décadas de enfrentamento
ideológico entre socialismo e capitalismo (“Leste versus Oeste”), essa
disputa ideológica perdeu espaço para o embate econômico entre nações de
economia capitalista desenvolvidas e as pouco industrializadas.
EXERCÍCIOS
01) É correto afirmar que nos
países do Norte desenvolvido:
A) Existe uma distribuição eqüitativa entre população rural e urbana, e a sociedade de consumo é altamente expressiva.
B) O setor primário é altamente avançado tecnologicamente e ocupa uma posição de destaque na economia.
C) A economia está na vanguarda da revolução técnico-científica e os setores de ponta da tecnologia são gerados e aplicados com mais intensidade.
D) O setor secundário da economia substitui o setor terciário como o grande gerador de empregos e rendimentos.
E) Existem áreas de emigração que são expressivas no contexto mundial.
02) O Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNDU) elaborou o “Relatório do Desenvolvimento Humano”, do qual foi extraído o trecho abaixo:
“Nos últimos anos da década de 90, o quinto da população mundial que vivia nos países de renda mais elevada tinha: 86% do PIB mundial, enquanto o quinto de menor renda, apenas 1%; 82% das exportações mundiais, enquanto o quinto de menor renda, apenas 1%; 74% das linhas telefônicas mundiais, enquanto o quinto de menor renda, apenas 1,5%; 93,3% das conexões com a Internet, enquanto o quinto de menor renda, apenas 0,2%.
A distância do quinto da população mundial que vive nos países mais pobres – que era de 30 para 1, em 1960 – passou para 60 para 12, em 1990, e chegou a 74 para 1, em 1997.”
De acordo com esse trecho do relatório, o cenário do desenvolvimento humano mundial, nas últimas décadas, foi caracterizado pela:
A) Diminuição das disparidades entre as nações.
B) Diminuição da marginalização de países pobres.
C) Inclusão progressiva de países no sistema produtivo.
D) Crescente concentração de renda, recursos e riqueza.
E) Distribuição eqüitativa dos resultados das inovações tecnológicas.
03) Os países subdesenvolvidos constituem a periferia do sistema capitalista internacional. Neles dominam grandes desigualdades sociais e forte exploração de mão-de-obra. A riqueza e os elevados padrões de vida do centro (países desenvolvidos) são em boa parte garantidos pela dependência e descapitalização da periferia. O texto permite-nos afirmar que:
A) Esses países caminham para uma igualdade de condições em relação aos países capitalistas desenvolvidos.
B) Esses países não mantêm relações com os países do centro do capitalismo internacional.
C) Países pobres são responsáveis pela manutenção dos elevados padrões de vida da população dos países ricos, tornando-se isso possível pela ordem econômica estabelecida entre países centrais e periféricos.
D) Países desenvolvidos conseguiram elevar seu padrão à custa da Revolução Industrial, independentemente do que acontecia em outras partes do globo.
04) O desenvolvimento industrial baseado na substituição de importações e na atração de capitais estrangeiros dentre outros, explica o surto industrial verificado a partir da década de 1950:
A) Na Europa Oriental.
B) Na Coréia do Sul e em Taiwan.
C) Na China e na Índia.
D) No Brasil e no México.
E) No Peru e na Bolívia.
A) Existe uma distribuição eqüitativa entre população rural e urbana, e a sociedade de consumo é altamente expressiva.
B) O setor primário é altamente avançado tecnologicamente e ocupa uma posição de destaque na economia.
C) A economia está na vanguarda da revolução técnico-científica e os setores de ponta da tecnologia são gerados e aplicados com mais intensidade.
D) O setor secundário da economia substitui o setor terciário como o grande gerador de empregos e rendimentos.
E) Existem áreas de emigração que são expressivas no contexto mundial.
02) O Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNDU) elaborou o “Relatório do Desenvolvimento Humano”, do qual foi extraído o trecho abaixo:
“Nos últimos anos da década de 90, o quinto da população mundial que vivia nos países de renda mais elevada tinha: 86% do PIB mundial, enquanto o quinto de menor renda, apenas 1%; 82% das exportações mundiais, enquanto o quinto de menor renda, apenas 1%; 74% das linhas telefônicas mundiais, enquanto o quinto de menor renda, apenas 1,5%; 93,3% das conexões com a Internet, enquanto o quinto de menor renda, apenas 0,2%.
A distância do quinto da população mundial que vive nos países mais pobres – que era de 30 para 1, em 1960 – passou para 60 para 12, em 1990, e chegou a 74 para 1, em 1997.”
De acordo com esse trecho do relatório, o cenário do desenvolvimento humano mundial, nas últimas décadas, foi caracterizado pela:
A) Diminuição das disparidades entre as nações.
B) Diminuição da marginalização de países pobres.
C) Inclusão progressiva de países no sistema produtivo.
D) Crescente concentração de renda, recursos e riqueza.
E) Distribuição eqüitativa dos resultados das inovações tecnológicas.
03) Os países subdesenvolvidos constituem a periferia do sistema capitalista internacional. Neles dominam grandes desigualdades sociais e forte exploração de mão-de-obra. A riqueza e os elevados padrões de vida do centro (países desenvolvidos) são em boa parte garantidos pela dependência e descapitalização da periferia. O texto permite-nos afirmar que:
A) Esses países caminham para uma igualdade de condições em relação aos países capitalistas desenvolvidos.
B) Esses países não mantêm relações com os países do centro do capitalismo internacional.
C) Países pobres são responsáveis pela manutenção dos elevados padrões de vida da população dos países ricos, tornando-se isso possível pela ordem econômica estabelecida entre países centrais e periféricos.
D) Países desenvolvidos conseguiram elevar seu padrão à custa da Revolução Industrial, independentemente do que acontecia em outras partes do globo.
04) O desenvolvimento industrial baseado na substituição de importações e na atração de capitais estrangeiros dentre outros, explica o surto industrial verificado a partir da década de 1950:
A) Na Europa Oriental.
B) Na Coréia do Sul e em Taiwan.
C) Na China e na Índia.
D) No Brasil e no México.
E) No Peru e na Bolívia.
05) Sobre o modelo de
industrialização implementado em países do Sudeste Asiático, como Coréia do Sul
e Taiwan, e o adotado em países da América Latina, Como Argentina, Brasil e
México, pode-se afirmar:
A) Nos países do Sudeste Asiático, a participação do capital estrangeiro impediu o desenvolvimento de tecnologia local, ao passo que, nos países latino-americanos, ela promoveu esse desenvolvimento.
B) Nos dois casos, não houve participação do Estado na criação da infra-estrutura necessária à industrialização.
C) Nos países do Sudeste Asiático, a organização dos trabalhadores, em sindicatos livres, encareceu o produto final, ao passo que, nos países latino-americanos, a ausência dessa organização tornou os produtos mais competitivos.
D) Nos dois casos houve importante participação do capital japonês, responsável pelo desenvolvimento tecnológico nessas regiões.
E) Nos países do Sudeste Asiático , a produção industrial visou à exportação, ao passo que, nos países latino-americanos, a produção objetivou o mercado interno.
06) As grandes cidades dos países pobres concentram graves problemas sócio-ambientais, EXCETO:
A) Ausência de rede de esgotos.
B) Precariedade dos transportes públicos.
C) Altos índices de doenças infecto-contagiosas.
D) Déficit de moradias e de abastecimento d’água.
E) Aumento dos empregos no mercado formal.
A) Nos países do Sudeste Asiático, a participação do capital estrangeiro impediu o desenvolvimento de tecnologia local, ao passo que, nos países latino-americanos, ela promoveu esse desenvolvimento.
B) Nos dois casos, não houve participação do Estado na criação da infra-estrutura necessária à industrialização.
C) Nos países do Sudeste Asiático, a organização dos trabalhadores, em sindicatos livres, encareceu o produto final, ao passo que, nos países latino-americanos, a ausência dessa organização tornou os produtos mais competitivos.
D) Nos dois casos houve importante participação do capital japonês, responsável pelo desenvolvimento tecnológico nessas regiões.
E) Nos países do Sudeste Asiático , a produção industrial visou à exportação, ao passo que, nos países latino-americanos, a produção objetivou o mercado interno.
06) As grandes cidades dos países pobres concentram graves problemas sócio-ambientais, EXCETO:
A) Ausência de rede de esgotos.
B) Precariedade dos transportes públicos.
C) Altos índices de doenças infecto-contagiosas.
D) Déficit de moradias e de abastecimento d’água.
E) Aumento dos empregos no mercado formal.
07) Convivendo com países com
dados antagônicos tais como: rendas per capita superiores a U$ 10.000 e
inferiores a U$ 599, taxas de mortalidade inferiores a 6% e superiores a 100% e
taxas de analfabetismos que vão de 1% a mais de 50%, este continente, que
concentra o maior número de metrópoles do mundo é formado por um mosaico
étnico, religioso e cultural com ilhas de desenvolvimento e bolsões de pobreza
extremos, na maior concentração populacional do globo.
(Adaptado de Atlas Geopolítico. Scipione. 1996)
As informações acima são referentes à:
A) Ásia.
B) África.
C) América.
D) Europa.
E) Oceania.
08) Quanto aos Tigres Asiáticos, como Taiwan, Coréia do Sul e Cingapura, pode-se afirmar, unicamente, que seus processos de industrialização desenvolveram-se com:
A) Predomínio de indústrias de bens de produção.
B) Base no mercado consumidor externo.
C) Forte incremento industrial desde a crise de 1929.
D) Base no processo de substituição de importações de manufaturados.
E) Predomínio de capitais americanos.
(Adaptado de Atlas Geopolítico. Scipione. 1996)
As informações acima são referentes à:
A) Ásia.
B) África.
C) América.
D) Europa.
E) Oceania.
08) Quanto aos Tigres Asiáticos, como Taiwan, Coréia do Sul e Cingapura, pode-se afirmar, unicamente, que seus processos de industrialização desenvolveram-se com:
A) Predomínio de indústrias de bens de produção.
B) Base no mercado consumidor externo.
C) Forte incremento industrial desde a crise de 1929.
D) Base no processo de substituição de importações de manufaturados.
E) Predomínio de capitais americanos.
09) “Em geral, a África
Ocidental apresenta todos os problemas das regiões subdesenvolvidas: rápido
crescimento demográfico e pequeno crescimento da economia, resultando desta
conjugação padrões de vida sofríveis, nos quais a fome e a miséria estão cada
vez mais presentes.”
O texto reflete uma realidade:
A) Característica somente desta parte do continente africano.
B) Encontrada também no sul da África, mas superada em outras regiões.
C) Restrita a esta parte do continente e a outros poucos bolsões de pobreza no norte africano.
D) Comum praticamente a todo o continente que se destaca pelo generalizado grau de pobreza da população.
E) Que, graças à ajuda externa, está praticamente em extinção no conjunto do continente.
10) O esforço de desenvolvimento industrial na América Latina, inicialmente, teve como principal motivação:
A) A tradição agrícola do continente.
B) A mecanização da agricultura regional.
C) A saturação dos mercados consumidores dos países industrializados.
D) A substituição das importações feitas aos países industrializados.
E) A possibilidade de conquista de novos mercados no hemisfério Sul.
O texto reflete uma realidade:
A) Característica somente desta parte do continente africano.
B) Encontrada também no sul da África, mas superada em outras regiões.
C) Restrita a esta parte do continente e a outros poucos bolsões de pobreza no norte africano.
D) Comum praticamente a todo o continente que se destaca pelo generalizado grau de pobreza da população.
E) Que, graças à ajuda externa, está praticamente em extinção no conjunto do continente.
10) O esforço de desenvolvimento industrial na América Latina, inicialmente, teve como principal motivação:
A) A tradição agrícola do continente.
B) A mecanização da agricultura regional.
C) A saturação dos mercados consumidores dos países industrializados.
D) A substituição das importações feitas aos países industrializados.
E) A possibilidade de conquista de novos mercados no hemisfério Sul.
BUCETA
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